quinta-feira, 12 de novembro de 2009

Reticências, poesia...

Abri o jornal de domingo que há tempos não lia

Um jornal que nem era da cidade em que estou (e vivo), nem do estado em que estou (e vivo), mas era do país em que estou (e vivo)

E fazia diferença?

Globalização

E minha cabeça estava alguns dias antes

Memória, madrugada, noite

Um olhar e um sorriso até então nunca vistos (será sempre assim que acontece?)

Irreverente

Envolvente

Inteligente

Facilmente capturou meus olhares

Fui atraído como um imã

Atraído ou percebi algo diferente ali? (não seria a mesma coisa?)

Sei lá

Já não sei de nada

Nem quero saber

Não importa em nada além da memória boa que trago em mim daquele momento

Até porque o “saber” é terminal, fim de linha, ponto final que não gosto de usar

Então, deixo aberto... adoro reticências

Quero reticências

Carinhosas e intensas

E a vida que continua

Virei a primeira página, o mundo num pedaço de papel em um domingo calorento

E a mente não mente, mas pensa, lembra, deseja

Quando será mesmo que nos veremos?

Não sei

Não importa saber...

Se estamos nos vendo o tempo todo em minha mente, na minha frente

Só agora

Neste momento mental que materializo na escrita de uma tela de computador

Esta coisa toda que vem a mente

Que mente pra mim ao me fazer dizer que não me importa

Pois importa...

“Me diz, me diz, como é que se diz ‘eu te amo’”

Um comentário:

Maria Cândida disse...

Bonito poema. Tava inspirado, hein! ;)