1. Sucesso do selo verde visto como mecanismo voluntário para valorizar conteúdo ambiental dos produtos pode ser evidenciado pela experiência brasileira com a certificação ambiental nos níveis empresarial e comunitário. Trata-se de um fenômeno impulsionado pelo consumidor (a disposição em pagar por produtos florestais de origem sustentável como incentivo), visando maior competitividade no contexto da sustentabilidade global. O acesso diferenciado aos mercados mundiais estimulou a certificação pelos gerentes de empresas de manejo florestal na Amazônia, empreendimentos comunitários e líderes de mercado entre as empresas brasileiras fundamentadas em plantações florestais. Entretanto, o enorme volume de madeira que entra no mercado brasileiro oriundo de extração ilegal na Amazônia representa uma barreira.
2. Visão geral do setor florestal brasileiro: maior produtor e consumidor mundial de madeira tropical; maior demanda é do setor de construção, que tem pouca ênfase na qualidade ou no fornecimento sustentável. Floresta amazônica como plataforma de inovações na gestão comunitária dos recursos naturais e da proteção florestal pública X extração ilegal de madeira como impedimento significativo na adoção de práticas apropriadas de corte, deflacionando preços e qualidade. Brasil é um dos principais parques industriais baseado em plantações tropicais: um dos principais atores no mercado global de celulose de fibra curta, especializado no plantio de árvores de alta produtividade desenvolvidas em viveiros de clonagem. Metade das toras industriais é para lenha e carvão vegetal renovável, sendo que uma parte é destinada à indústria de papel e celulose, o restante é destinado aos mercados nacionais e internacionais na forma de móveis, madeira compensada e painéis. Exportações: 14% (madeira) e 40% (celulose).
3. A mudança de padrão no mundo pelo manejo florestal certificado: exigência de produção sustentável refletem preocupação mundial pela proteção da biodiversidade e o combate às mudanças climáticas, que começam a ser internalizadas nos mercados pela adoção voluntária da certificação de manejo florestal e da cadeia de custódia para os produtos florestais. O movimento pela certificação florestal começou no final dos anos 1980 com o boicote dos consumidores do Norte contra madeiras tropicais oriundas do desmatamento.
4. Evolução do movimento de certificação no Brasil: drivers de mercados => organizações e progresso da certificação => benefícios comerciais.
5. Retornos financeiros adicionais para a exploração sustentável de madeira.
6. Estudos de caso de empreendimento de madeira certificada no Brasil.
7. Certificação X medidas regulatórias: custos e benefícios para a sociedade. Necessidade de um incentivo de mercado => princípio básico da certificação estimula adoção voluntária de práticas de manejo mais sustentáveis guiadas pelos benefícios econômicos potenciais da demanda ou custos de produção: (a) preços superiores ao valor de mercado médio; (b) realce ou manutenção do acesso ao mercado; (c) maiores produtividades e lucratividade na utilização da floresta.
8. Certificação vista como instrumento econômico de benefício ambiental, uma vez que incorpora a existência de um estímulo financeiro à possibilidade de ação voluntária e a intenção de manter ou conseguir melhorias na qualidade ambiental, através da sua aplicação. May (2008) enxerga a certificação de floresta como o presságio de um círculo virtuoso, reforçando a ligação entre as forças de mercado e a proteção dos valores ambientais locais e globais.
9. Conclusão: ampliação dos benefícios socioambientais advindos da certificação e da comercialização.
REFERÊNCIA:
COSTA, L.F.C; FLEXOR, G; SANTOS, R. (orgs.) Mundo Rural Brasileiro. Ensaios
interdisciplinares Mauad X-EDUR, Rio de Janeiro - Seropédica, 2008.
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