terça-feira, 17 de novembro de 2009

Nada como um dia depois do outro, postagem cotidiana...

Coisa mais óbvia que muitas vezes negligencio (como tantas outras obviedades): há um dia depois do outro. Se hoje deu tudo errado, amanhã tudo pode mudar no abrir dos olhos.

Minha segunda-feira, que considero o primeiro dia da (minha)semana, começou com uma chuvarada danada. Acordei bem cedo, por volta de sete da matina. Pensei que, após duas semanas de intenso calor, em Friburgo e, mais ainda, no Rio, começaria a fase de muita chuva e persistência do calor. É assim nesta época de meados da primavera para o início de verão.

Fiquei pensando em como conseguimos nos adequar às situações, mas também em como podemos MUNDAR, ou mudar o mundo? Isso é complicado, mais complicado do que uma adequação básica.

Ontem, começou uma cúpula mundial de segurança alimentar que não teve a presença dos líderes do G-8... Fico me perguntando: que cúpula vem a ser esta? Tenho que concordar com Millor Fernandes quando escreve que "viver é uma coisa maravilhosa, mas não está dando para perceber".

A chuva passou, virou chuvisco, depois mormaço, depois voltou o sol. O calor não arredou pé...

Neste momento, já batiam umas nove da matina, comecei a analisar entrevistas que vou aproveitar na minha futura dissertação de mestrado... gosto de aproveitar ao máximo o que foi coletado enquanto conteúdo durante meu extenso trabalho de campo. Comecei a refletir sobre um problema do (pretenso) "cientista" social. Além do fato de seu objeto falar, ele escrevepensa em um cotidiano que não é previsível. Tá aí! Talvez seja por isso que eu queira entender o que é este cotidiano. Mais que isso, pretendo narrar o que percebosinto mais do que conhecer, o que seria pretensão demasiada.

Afinal, quem ainda acredita que exista separação contexto-objeto para além do formalismo das nossas folhas de papel? Além disso, quem acredita que escreve sobre a realidade e não apenas sobre uma realidade que construímos? Piraçõesreflexões epistemológicasmetodológicas seríssimas para uma segunda-feira, primeiro dia da (minha) semana.

Depois de ter ido à rua comprar minhas passagens para quinta (véspera de feriado para quem anda de ônibus intermunicipal monopolizado, como no estado do RJ, é foda!) sem sucesso (pois o "sistema estava fora do ar), me envolvi em um diálogo no Twitter (minha nova sensação).

Neste diálogo, cheguei a conclusão (para mim) de que Lula já foi canonizado (em uma esfera trans-religiosa e popular), gerando um tabu da impossibilidade crítica entre os políticos atuais. Temos uma espécie de medo da punição das urnas,especialmente entre aqueles qualificados como sendo "de oposição". E agora?

Enquanto isso não temos projeto diferenciado de futuro de país a escolher. José Serra (PSDB-SP) não representa qualquer diferença: acabará "ardendo no fogo do inferno" (metaforicamente falando, claro!). Por isso, se cala: para não sangrar rápido demais. Quando começar o jogo eleitoral de fato, acontecerá como Lula em 1994: esfarelará sua (ampla) lideranças nas pesquisas de opinião. Definitivamente fica complicado votar em Serra... mesmo simpatizando com a pessoa dele, sua inteligência e tal. Bem difícil que meu voto vá para ele.

Mas será que é de Dilma que o Brasil precisa? Eu não consigo concordar com isso, mas posso ser convencido. Talvez essa sensação se dê porque nunca fui do PT...

Por hora, Marina é opção mais atraente (para mim, claro), mas será que sua candidatura aguenta chegar com força, se não para ganhar, mas para influenciar decisões de um próximo governo?

Não tenho "medo", pois a "esperança" pode vencê-lo e esse filme já vimos... O problema é o projeto de país que queremos! Estamos comemorando redução do desmatamento, mas ele continua, já não era para ter parado? Atualmente, esta questão é um diferencial competitivo internacional. A questão do desmatamento é apenas uma...

Enfim, por causa destas elocubrações políticas e das pirações epistemológicasmetodológicas acabei considerando a segunda (ontem) um dia de baixa produtividade acadêmico-científica. Hoje o jogo mudou! Por isso me alegro com a constatação de que "nada será como antes amanhã", cantada por Milton Nascimento.

Hoje foi legal, consegui avançar bem no sentido de escrever, escrever e escrever para depois organizar, escrevendo, tudo aquilo que escrevi hoje. Vai entender a (minha?) produção. A escrita de hoje envolver consumo político, mais especificamente sobre a politização individual advinda dos riscos inerentes ao consumo de alimentos nas sociedades contemporâneas.

Poxa! Depois de escrever sobre esse assunto, consegui até comer três torradas com manteiga com café no meio da tarde.

Tendo terminado a minha tarefa, fui bandear, dar uma voltinha pelas ruas friburguesas, "ver as modas" e "mandei pra dentro" uma fatia de pizza do Califórnia, com bastante Katchup e mostarda, acompanhando um mate leão industrializado. Ficamos papeando de forma bacana, eu e a amiga (continuo com a mania de não nominar...). Ela me deixou em casa, já passava das 22 horas.Já batia fome novamente. Meu pai havia preparado um franguinho com uma salada de alface, tomate, milho e cebola.

Sobrou...

Bem, nem precisa dizer que comi tudo!

Ainda deu tempo de adiantar uma tarefa combinada com a minha orientadora de mestrado e redigir esta postagem sobre meu cotidiano.

Para que? Para mim, em primeiro lugar, para deixar registrado o meu ritmo cotidiano de pensar, fazer e como isso ocorre na minha visão. E só pode ser na minha visão, né?

Quero ver se consigo repetir isso mais constantemente (a postagem, não o texto, senão vou chegar a conclusão de que estou sendo rotineiro... afinal, quem de nós, humanos, não é?).

Uma boa noite!

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