sábado, 12 de dezembro de 2009

O que ando ouvindo demais...

Eu falo para algumas pessoas que só consigo produzir hoje em dia ouvindo música. É como se fosse minha birita. "Onde o que sou se afoga, meu fumo, minha ioga, você é minha droga".

Um bom exemplo foi a prova que era parte do processo seletivo para o doutorado, com duração de 27 horas (isso mesmo, foi esse tempo todo que durou, sendo que consegui dormir umas três horas, o que me ajudou muito, considerando que o Beto Guedes canta que "todo sono é sagrado e alimenta de horizontes o tempo acordado de vivier).

Essa prova foi feita ao som de Chico Buarque e Caetano Veloso. Devo a eles boa parte da inspiração e da nota que recebi.

Estou nos meus quatro dias de descanso, para depois ter apenas mais quatro: 24, 25 e 31/12, além do dia 1/1, quando trabalhar faz mal a saúde... então vou escrever bastante para não perder o ritmo.

Escrever o que eu quero e como quero é bem melhor, se bem venho exercitando essa tal liberdade na vida acadêmica que tô trilhando. Mas aqui neste espaço blog eu escrevo se rumo, sem direção, desordenado como meu pensamento... "caminhando contra o vento"... e agora ouço U2 ("one love, we need to share it").

Parei de postar os escritos e fichamentos porque a partir de agora é tudo voltado para a tal da dissertação, ou seja, só posso postar depois que entregar a versão definitiva, o que deve acontecer até no máximo a primeira semana de fevereiro. Logo, até lá não contem comigo (namorada inclusive, essa tem que ser valorizada, porque aturar um ocupado total como eu hoje em dia, caramba! Viva as namoradas compreensivas e libertárias! Um viva sincero!). Em compensação, a partir de fevereiro, contem comigo para o que der e vier (nem tanto, mas quase...).

Ando bastante caridoso. Esse lance de disponibilizar, socializar conhecimento, surgiu de uma pilha que uma colega de graduação na UERJ (que não vejo há tempos...) me colocou sobre socializar conhecimento.

Como não ia usar os fichamentos que tanto me ajudaram no CPDA, ao menos no curto prazo (e como acho que o longo prazo não me pertence muito...), decidi disponibilizar.

As reações variaram do "você é impressionante" a "você é doido", passando pelo "valeu!"... nada além do esperado.

Mas escrevo para falar que Legião Urbana e Renato Russo é que andam impulsionando a elaboração desta dissertação. Voltei a ouvir direto esse som, anos 80 e 90, uma banda simples (guitarra, bateria, baixo), um compositor genial.

Sim, Renato Russo estava muito a frente deste tempo em que vivemos hoje, talvez o nosso tempo esteja se aproximando do que ele enxergava na sua considerada e considerável "loucura". O cara era "o cara" bem antes do Lula ser.

Mas morreu, virou mito (tudo bem que o Lula seja mito em vida...).

O que dizer de passagens como "disciplina é liberdade, compaixão é fortaleza, ter bondade é ter coregam" de tempos em que "parece cocaína, mas é só tristeza"? E o enigmático final desta música ("Há tempos")?

"Lá vem casa tem um poço mas a água é muito limpa".

Epa! Eu quero a água desse poço! Quero água limpa, sem medo de que ela acabe!

Não, não creio que Renato Russo não era anti-ecológico (até porque naquele tempo em que viveu a patrulha era menos intensa... essa tal de governamentalidade...), mas essa água é outra... esse poço de conhecimento que não acaba quando bebemos sua água, mas renova-se.

Nosso pudor é que faz com que preservemos o "nosso" conhecimento acumulado... e quando morremos, laçarão os livros que não escrevemos?

E a leitura de contexto que "Quase sem querer" representa (como bem assinalado por ML Sussekind)?

"Já não me preocupo se eu não sei porque, às vezes o que eu vejo quase ninguém vê, eu sei que você sabe quase sem querer, que eu vejo o mesmo que você" deveria constar nas ementas de metodologia e epistemologia...

Não vou aqui discorrer muito mais, o que me embala hoje é uma banda que já morreu, um gênio que se foi, mas os gênios deixam seus legados, são malditos enquanto vivem e mitificados quando mortos...

Vou tentar arrumar um tempo para escrever sobre uma interpretação particular (como todas as que estão aqui expostas) da bela notícia sobre o orçamento de R$ 6,5 milhões que o PT gastará para realizar seu congresso ano que vem. Para um partido com uma dívida de R$ 35 milhões, nada mal aumentar em 18% seu passivo...

E o importante é seguir, mesmo que na contramão...

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